sábado, 14 de maio de 2011

Os Répteis


Classe dos Répteis
Esses animais recebem tal nome pelo fato de apresentarem movimentos de rastejamento,  pois o termo REPTO em latim,  significa arrastar-se,  rastejar-se. Dentre os Répteis encontramos as tartarugas  -  esse termo se refere aos animais marinhos;  os jabutis,  que vivem em terra firme,  e os cágados,  animais semi-terrestres que vivem em água doce. As serpentes também são Répteis.  O nome Cobra designa apenas a Naja que possui uma membrana na cabeça e vive na Índia.  Dentre os Répteis,  também incluímos o enorme grupo dos lagartos,  jacarés e crocodilos. A pele desses animais não é molhada como a dos Anfíbios,  mas ela pode apresentar escamas ou constituir couraças ou armaduras. As tartarugas possuem uma pele semelhante a um escudo.  As serpentes apresentam escamas e os jacarés possuem uma pele endurecida em forma de armadura.  As várias espécies de lagartos apresentam peles de diferentes cores,  várias delas muito bonitas.  As serpentes mostram tipos muito interessantes de peles,  geralmente bastante coloridas e algumas vezes isso também ocorre na cobertura das tartarugas. Os répteis se distinguem dos Anfíbios pelo fato de possuírem pulmões desde o começo de suas vidas.  Eles não se submetem a trans formações tal como aquelas realizadas pelos Anfíbios,  pois não mudam do ambiente aquoso para o sólido,  para a terra firme.  Os jovens Répteis saem da casca de seus ovos e entram diretamente em contato com o âmbito terrestre.  Com exceção das serpentes,  os demais Répteis possuem membros.  As serpentes também possuem membros durante a vida embrionária,  mas eles vão sendo perdidos durante o desenvolvimento do animal,  ainda dentro do ovo.  Os Répteis possuem pulmões e pernas e não passam pelo estágio de peixe durante uma época do desenvolvimento.  Os Anfíbios ainda possuem uma alternância de um estágio análogo ao do peixe e outro estágio em terra firme.  Os Répteis decidiram ser habitantes da terra,  mas ainda temuma conexão com o habitat aquático. O sistema circulatório dos Répteis é diferente dos Anfíbios.  Estes desenvolvem 3 câmaras cardíacas e os Répteis 4.  Mas,  apesar do sistema circulatório dos Répteis ser ainda mais evoluído do que o dos Anfíbios,  este apresenta uma mistura de sangue venoso e arterial em grande quantidade.  Os Répteis são animais de sangue frio e a temperatura do sangue oscila em função do calor e do frio.  A temperatura dos Répteis ainda depende do meio ambiente.  Eles não possuem sangue quente como os Pássaros e os Mamíferos e gostam de aquecer-se ao Sol.  As serpentes,  os lagartos e os crocodilos apreciam muito o calor do Sol. Os Anfíbios são muito diferentes em relação a isso.  Eles preferem a penumbra e locais úmidos.  Os Répteis apreciam lugares secos.  As serpentes e os crocodilos colocam ovos com casca dura de carbonato de cálcio,  tal como os pássaros.  Os Répteis possuem muitas características em comum com os Pássaros. A serpente é o ser que mais representa o grupo dos Répteis.  É interessante notarmos que esses animais perderam os membros durante o desenvolvimento embrionário.  As serpentes desenvolveram membros e depois perderam-nos.  Isso nos mostra significativamente uma decadência. O esqueleto de uma serpente é algo muito estranho.  Esse animal apresenta numerosas costelas e não possui membros verdadeiros.  Além disso,  sua cabeça é muito pequena em relação ao resto do corpo. Por que isso?  Uma serpente é semelhante a um verme,  mas apresenta um esqueleto interior,  é um vertebrado e não um anelídeo.  Ela une as características de verme com certas qualidades dos animais vertebrados.  Além disso,  as serpentes possuem um grande estômago e um grande intestino,  o que confere a elas a possibilidade de devorar e digerir uma enorme quantidade de alimentos.  A pele das costas das serpentes,  em algumas espécies,  é decorada podendo se estender,  se esticar,  caso haja necessidade,  durante a digestão de um alimento muito grande.  Essa estranha criatura,  a serpente,  combina as características dos vertebrados e dos vermes que são constituídos de um tubo digestivo.  Serpentes e vermes representam um só indivíduo. As serpentes possuem pulmões.  Normalmente o pulmão esquerdo está atrofiado enquanto que o direito cresce muito e atinge a região do estômago.  Muitos outros répteis possuem pulmões como esse,  com o lado direito mais desenvolvido que o esquerdo,  existindo muitas variações. Tivemos ocasião de mencionar que a serpente possui uma cabeça bem pequena,  Isso nos mostra uma atrofia,  A cabeça da rã é bem desenvolvida.  A serpente perdeu os seus membros e também a sua voz.  Nenhum som permaneceu na voz da serpente além do sibilante  "S".  O pulmão desse animal se tornou excessivamente longo,  e sua voz tem apenas um som,  o da letra S,  que é a própria expressão desse ser. Ovos e serpentes jovens . Os ovos são amarelo-esbranquiçados com cerca de 2 cm,  um pouco viscosos e colocados no chão. O fato das serpentes,  durante a fase inicial de seu desenvolvimento embrionário,  possuírem membros e posteriormente perdê-los,  nos revela uma descida em seu desenvolvimento e isso nos traz uma sensação estranha quando observamos as serpentes.  Esse animal se arrasta tal como os vermes.  Ele deveria ter membros,  mas a única parte da serpente que tem algo a ver com os membros é a sua língua. É interessante observarmos o fato da serpente ter desenvolvido um corpo estreito e longo em vez de um organismo compacto com uma estrutura óssea.  Ela perdeu os membros e também não possui voz. Os Répteis possuem muitas características comuns com as Aves mas,  apesar disso,  mantêm um contraste distinto entre esses dois grupos.  Os Pássaros possuem uma voz muito desenvolvida.  Ao compararmos as Aves com as serpentes,  iremos observar enormes contrastes;  os Pássaros possuem um sistema de membros e todo o seu organismo está impregnado de uma qualidade musical.  O único som que a serpente possui é o som sibilante da letra S.  Mas a serpente é muito sensível e responde à música.  Esses animais deixam de apresentar a sua postura normal,  rente ao chão,  e se tornam fascinados pelos sons musicais.  Por essa razão,  a serpente exerce um feitiço,  um encanto em outros Répteis. Um fato interessante é o do crocodilo viver entre as aves.  O Grou,  pássaro de pernas longas,  pousa nas costas dos crocodilos para limpá-los.  Esses dois animais vivem em conjunto,  harmonicamente,  caracterizando um caso de simbiose.  Ao encontrarmos na natureza uma associação entre seres,  poderemos perguntar:  o que um perde e outro ganha?  No caso da simbiose um complementa o outro,  ocorrendo um trabalho no sentido positivo para os dois seres.  Existem porém,  outras associações que não são de simbiose mas de hostilidade mútua,  onde cada um trabalha para si,  mas também contra o outro,  num sentido negativo,  esse é o caso do parasitismo.  A anêmona do mar e o caranguejo eremita são outros pares de seres que nos dão um exemplo bem interessante de simbiose.  Devemos sempre considerar os organismos e a relação entre eles,  para entender como se processa a simbiose. A intensa vitalidade do sangue dos Répteis vai até os dentes venenosos da serpente.  Fortes músculos rodeiam a glândula produtora de veneno situada na cabeça da serpente e conduzem o veneno até os dentes.  Esse veneno ataca destrutivamente o sangue humano. Tal como mencionamos anteriormente,  a serpente é um ser muito estranho e podemos,  observando seu organismo,  notar como ela se degenerou de várias maneiras. Existem muitos fatos que podem ser mencionados a respeito dos Répteis e Anfíbios.  Podemos notar que existem poucos Répteis nas regiões norte do hemisfério Norte.  Na Europa,  a víbora vai se tornando cada vez mais rara à medida que vamos caminhando em direção ao norte.  Esse animal não é encontrado na Irlanda,  Isso também ocorre em relação aos Anfíbios.  Na região equatorial,  tanto Répteis quanto Anfíbios são encontrados em grande variedade e número. Outro fato interessante é o da serpente ter força,  e isso não está nos membros mas em seu olho.  O sapo também tem força em seus olhos,  mas não tão intensamente quanto as serpentes.  Existe veneno nos dentes das serpentes venenosas e também no olhar dos Anfíbios e Répteis.  A serpente possui um olhar rígido. Sabemos que as serpentes eram animais mais desenvolvidos no passado.  Elas perderam algumas qualidades.  Sua mobilidade,  anteriormente realizada por meio de membros,  foi dirigida,  como força,  para os dentes e para a língua. As serpentes apresentam algo estranho e mágico,  Podemos notar o encanto que a serpente exerce nos outros seres vivos.  Rousseau,  um francês que viveu no século XVIII,  hipnotizava sapos.  Ele olhava fixamente para eles e esses animais se tornavam rígidos.  Numa certa ocasião ele teve uma experiência muito desagradável:  não estava se sentindo muito bem e tentou hipnotizar um sapo.  Ocorreu o oposto;  ele próprio ficou rígido e caiu. A organização da vontade dos Répteis e Anfíbios é muito forte.  Existe uma inter-relação entre o ser humano e o animal.  Esses dois grupos de animais possuem uma grande ligação com a organização da vontade do ser humano.  Muitas pessoas tem um sentimento de repulsa instintiva por Répteis e Anfíbios.  Isso pode ser explicado pelo fato de nosso desenvolvimento intelectual e moral ter sido realizado em direção oposta àquelas forças de vitalidade que foram unilateralmente desenvolvidas pelos Répteis e Anfíbios. Resumindo:  encontramos 3 tipos de animais que pertencem ao grupo dos Répteis:  Lagartos,  Serpentes,  Crocodilos  (Tartarugas). Os lagartos apresentam o maior desenvolvimento dos nervos e dos órgãos dos sentidos em relação aos outros Répteis atuais. As serpentes são os Répteis mais típicos;  elas possuem o sistema digestivo muito desenvolvido. Os crocodilos desenvolveram os sistemas digestivo e de membros.  Todos os Répteis são anões remanescentes dos Sáurios que eram os grandes monstros da era Mesosóica.  Os Anfíbios E Répteis são miniaturas de tais seres.  Existem poucos representantes daqueles animais monstruosos que viveram antes do surgimento dos mamíferos e pássaros.  É principalmente nas vizinhanças da Índia,  no arquipélago himalaio e proximidades,  ou seja,  na região situada em torno do extinto continente Lemúrio,  onde ainda podemos encontrar um tipo de lagarto voador que,  apesar de sua forma diminuta,  evoca os grandes animais que viviam na pré-história.  Nessa região também existem miniaturas dos grandes Sáurios. O camaleão é um animal que se assemelha aos lagartos.  Apesar dele ser Anfíbio,  o fato dele mudar sua cor conforme o ambiente,  também nos mostra uma característica presente em eras antigas. A alteração das cores da pele,  segundo a cor do ambiente,  está ligada a um estado de excitação. Os Répteis realizam um desenvolvimento do sistema nervoso.  Os crocodilos possuem mais força e voracidade do que todos os outros Répteis atualmente existentes.  A parte inferior de seu corpo se tornou muito grosseira,  seus dentes são muito fortes.  Os crocodilos nos nos mostram uma relação íntima com os antigos Sáurios.  Os lagartos são os seres mais elevados entre os Répteis;  o crocodilo,  o mais baixo. As tartarugas,  com sua carapaça semelhante a uma concha,  constituem um tipo muito interessante de Répteis.  Podemos notar que uma tartaruga está completamente aprisionada em sua couraça.  Somente a cabeça,  membros e um rabinho conseguem sair dessa estrutura,  o que nos dá a impressão de um caranguejo,  que também é constituído numa estrutura de carapaça.  A tartaruga é um caramujo no mais alto grau de desenvolvimento,  com um incômodo corpo e uma cabeça diminuta lançada para a frente.  Todas as tartarugas e caramujos se distinguem por sua lentidão.  A morosidade dos jabutis e das serpentes é famosa. As tartarugas possuem uma certa ligação,  uma aproximação com os Anfíbios.  Encontramos nos Anfíbios e Répteis exemplos de metamorfose de um grupo em outro,  onde existem muitos exemplos de transições.  Ao remontarmos à evolução da Terra,  entes da extinção dos grandes Sáurios,  iremos notar que existiam naquelas antigas épocas,  três tipos principais de Répteis semelhantes aos dragões,  a saber:  Pleiosauros,  Ictiosauros e Sáurios voadores. Os Pleiosauros apresentavam um volume enorme e o porte era semelhante ao dos hipopótamos mas muito maior;  seus membros eram enormes mas finos,  e seus pés eram palmípedes,  e isso sugere que tais animais viviam em ambientes pantanosos,  Eles possuíam um pescoço comprido como o de uma girafa e uma longa cabeça. Os Ictiosauros eram mais parecidos com os Peixes. Existiam ainda os Sáurios voadores que realizavam um movimento de bater asas,  sendo as mesmas constituídas por membranas situadas nas extremidades dos membros posteriores.  As condições atmosféricas daquela época eram diferentes da atual,  principalmente em relação à densidade do ar que era maior naquela época. Todos os Sáurios daquele período tinham enormes olhos,  pois a luz do Sol penetrava com dificuldade essa densa camada de ar saturado de umidade.  Houve um tempo onde todos os Sáurios foram destruídos e todo esse meio ambiente pantanoso da Terra sofreu uma profunda modificação.  Os Sáurios não puderam resistir a essa mudança do meio ambiente. Poppelbaum,  em seu livro  "Homem e Animal",  descreveu como ocorreu essa transformação na evolução da Terra.  O ser humano daquela época ainda não tinha surgido na Terra.  Não existiam seres humanos no período dos Sáurios.  Toda a Terra e o seu meio ambiente sofreram profundas transformações.  A atmosfera clareou,  a Terra se tornou mais sólida,  o chão mais firme.  O mundo dos Sáurios desapareceu e com ele,  as criaturas monstruosas.  A partir daí,  surgiram as Aves e os Mamíferos,  bem como as plantas com flores,  as Angiospermas.  Na lacuna deixada pelo desaparecimento dos Sáurios,  surgiram cinco PHYLA de Vertebrados: Aves,  Mamíferos,  Répteis,  Anfíbios e Peixes. No Museu de Historia Natural de Stuttgart,  existe uma coleção de fósseis da era Jurássica,  onde constatou-se que esses Sáurios extintos eram criaturas vigorosas.  Nesse museu encontramos remanescentes dos mesmos,  com formas muito estranhas,  alguns parecidos com dragões.  Nenhum deles vive no mundo atual,  apenas alguns representantes muito menores e mais sofisticados,  pertencentes ao grupo dos Répteis.  A enorme quantidade de Sáurios desapareceu da Terra atual. Mencionamos inicialmente as Aves e Mamíferos,  os animais superiores.  Tentamos mostrar que o ser Humano guarda uma intensa relação com o mundo animal.  O Homem une em si,  tudo aquilo que cada um dos animais representa de maneira unilateral. Depois do estudo dos Pássaros e Mamíferos,  examinamos o reino dos animais inferiores abordando os Protozoários.  Após esse estudo,  abordamos os Celenterados que são animais que diferenciam a estrutura digestiva da nervosa.  Em alguns deles,  o sistema cabeça está mais desenvolvido,  em outros,  é o corpo que se desenvolve. Os Peixes inauguram o ramo principal dos organismos mais aperfeiçoados,  Os animais situados num grau mais abaixo terminam nos Peixes.  Após termos estudado esse grupo,  tivemos a ocasião de mencionar como alguns seres deixaram a água e constituíram membros.  Uma tentativa de formação de um sistema circulatório capaz de lidar com uma circulação que percorre um corpo quente,  de temperatura constante,  ainda não conseguiu ser realizada no domínio dos Sáurios.  Tais seres saíram do processo evolutivo geral. Existe uma grande lacuna no processo de evolução na região compreendida entre Peixes e Animais superiores.  O mais completo e perfeito organismo que o reino animal foi capaz de elaborar,  foi realizado:  o ser humano sobre a Terra. O reino animal mais inferior está relacionado com o desenvolvimento do Cosmos. O reino animal superior está mais ligado com o ser Humano.  No momento em que o reino dos animais inferiores toca o reino dos animais superiores,  surge o Homem. Terminamos o estudo dos 12 Phyla dos grandes grupos do Reino animal.  Iremos tratar do relacionamento entre os diferentes grupos de animais e o ser humano e estudar a relação do Homem com o reino animal e o Cosmos.  Este será o conteúdo das duas conferências finais deste ano.























Os fungos


Os fungos exercem um papel valiosíssimo na reciclagem dos elementos da natureza, desmanchando (digerindo) praticamente de tudo. Imaginem o que fazem no nosso corpo. Na pele causam inflamações chamadas genericamente de "impinge" (ptiríase vesicolor), e as micoses dos pés, virilha, e dobras em geral. Causam também inflamações nas unhas, tanto na base (candidíase) como na ponta (escurece e descasca). Na boca são os "sapinhos" (grumos brancos principalmente em crianças), na vagina dão o corrimento esbranquiçado parecendo leite coalhado. Nos órgãos internos podem crescer praticamente em qualquer lugar, desde os intestinos até às meninges, com a ressalva de acontecer isto basicamente com os imuno-deprimidos como na AIDS e no câncer.
 
Não é por acaso que nas leis que recebemos no antigo testamento, a regulamentação sobre fungos é a mais extensa entre todas. Fungos nas leis? Exatamente! A confusão existe basicamente por uma questão semântica: a palavra "lepra" significa mancha. A doença hanseníase causada pelo micobacterium leprae causa, entre suas diversas manifestações; manchas na pele. Os fungos, além de causarem manchas na pele, também causam manchas (lepra) nas roupas, sapatos, utensílios e paredes, dependendo do contato que estes tenham com a umidade contínua (Levítico 13 e 14).
 
Todo o estigma existente com a doença hanseníase deveria, segundo a legislação bíblica ser direcionado aos fungos, talvez à umidade contínua. Desta maneira, seguramente estaríamos livres de muitos males.
Vamos analisar os detalhes de um destes males que na maioria das vezes nem estamos conscientes: O bolor quando cresce em um canto de parede, geralmente o outro lado da parede do banheiro, no rumo do chuveiro, forma uma mancha escura, que se aumentar fica parecendo com musgo verde. Se olharmos de perto parece algo aveludado, e se tocarmos sobe uma fumacinha (como numa laranja ou pão embolorado). Esta névoa que sobe são os esporos, mais leves que o ar e que permanecem em nebulização (flutuando no ar) no ambiente onde existem estas "lepras". Ao respirarmos, estes esporos entram nos seios paranasais (frontais, maxilares, etmoidais e esfenoidais) além de entrarem na trompa de Eustáquio (tubo que liga o ouvido ao nariz). Ao entrarem em uma cavidade revestida de pele úmida (mucosa) encontram o meio ideal para crescer: umidade contínua. Este crescimento cria uma reação do corpo na forma de inflamação na mucosa fazendo-a inchar. Como estas cavidades comunicam-se com o nariz através de pequenos canais, ao incharem tampam estas ligações. Inflamação, bolor crescendo, bolsa (cavidade) fechada, cheia de pus, isto é a sinusite. Aí está uma das razões de sua cronicidade: a reinfecção, pois mesmo que trate e melhore, ao voltar respirar (inalar) os esporos das lepras nas paredes, a infeção se restabelece.
 
Mas não para por aí, pois além da infeção local (sinusite), os fungos causam reações à distância, através da resposta imune do hospedeiro, ou seja: eles são muito alergênicos (maiores detalhes deste aspecto estão no final deste texto). Assim, aqueles indivíduos que apresentem pré-disposição a alergia, vão ter os sintomas aumentados, ou fazê-los aparecer; um exemplo fácil de compreender é a bronquite. Mas as manifestações alérgicas podem acometer praticamente todos os tecidos do corpo: pele, intestinos, juntas, vasos, etc. Alergia nestes tecidos causam inflamações resultando nos mais diversos sintomas.
 
Com a sinusite esfenoidal temos um problema a mais: hipofunção hipofisária. A hipófise é como que "refrigerada" pelos seios esfenoidais, dada sua íntima relação com eles, apoiada na sela túrcica (no centro da cabeça, na base do crânio). Ela é uma glândula ligada diretamente à parte emocional do cérebro (hipotálamo) e comanda o funcionamento das outras glândulas (ovários, mamas, testículos, tireóide, inclusive o crescimento). A limpeza do seio esfenoidal (drenando o catarro acumulado e evitando que volte a congestionar) ajuda crianças com deficiência de crescimento voltarem a crescer, associado à melhora dos níveis do hormônio de crescimento.
 
Sintetizando: a sinusite causada pelo bolor produz inflamação local, reações alérgicas e desequilíbrio hormonal. Isto é apenas um exemplo de infeção por fungo... Com isso reafirmo: devemos repudiar todo tipo de lepra (manchas); nas paredes, nas roupas, nos calçados, nos utensílios...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os Peixes


Peixes

Os peixes são animais vertebrados, aquáticos, tipicamente ectotérmicos, que possuem o corpo fusiforme, os membros transformados em nadadeiras sustentadas por raios ósseos ou cartilaginosos, as guelras ou brânquias com que respiram o oxigénio dissolvido na água (embora os dipnóicos usem pulmões) e, na sua maior parte, o corpo coberto de escamas.

Curiosidades

A palavra peixe usa-se por vezes para designar vários animais aquáticos (por exemplo na palavra peixe-mulher para designar o dugongo). Mas a maior parte dos organismos aquáticos muitas vezes designados por "peixe", incluindo as medusas (água-vivas), os moluscos e crustáceos e mesmo mamíferos muito parecidos com os peixes como os golfinhos, não são peixes.
Os peixes encontram-se em praticamente todos os ecossistemas aquáticos, tanto em água doce como salgada, desde a água da praia até às grandes profundezas dos oceanos (ver biologia marinha). Mas há alguns lagos hiper-salinos, como o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos da América do Norte onde não vivem peixes.
Os peixes têm uma grande importância para a humanidade e desde tempos imemoriais foram pescados para a sua alimentação. Muitas espécies de peixes são criadas em condições artificiais (ver aquacultura), não só para alimentação humana, mas também para outros fins, como os aquários.
Há algumas espécies perigosas para o Homem, como os peixes-escorpião que têm espinhos venenosos e algumas espécies de tubarão, que podem atacar pessoas nas praias. Muitas espécies de peixes encontram-se ameaçadas de extinção, quer por pesca excessiva, quer por deterioração dos seus habitats.
Alguns peixes ingerem água para recuperar a água perdida pelas brânquias, por osmose, e pela urina. Eles retiram oxigênio da água para respirar. Uma enguia, por exemplo, toma o equivalente a uma colher de sopa de água por dia. Os peixes também retiram uma certa quantidade de água dos alimentos. Por viverem em meio líquido, não precisam beber água para hidratar a pele, como fazem os animais terrestres.
Os peixes urinam, mas nem todos urinam da mesma maneira. Os peixes de água doce precisam eliminar o excesso de água que se acumula em seus corpos. Seus rins produzem muita urina para evitar que os tecidos fiquem saturados. Comparados aos peixes de água doce, os peixes de água salgada, que já perdem água por osmose, produzem muito menos urina.
O ramo da zoologia que estuda os peixes do ponto de vista da sua posição sistemática é a ictiologia. No entanto, os peixes são igualmente estudados no âmbito da ecologia, da biologia pesqueira, da fisiologia e doutros ramos da biologia.
Classificação ecológica
Uma forma de classificar os peixes é segundo o seu comportamento relativamente à região das águas onde vivem; este comportamento determina o papel de cada grupo no ambiente aquático:
  • pelágicos (do latim pelagos, que significa o "mar aberto") − os peixes que vivem geralmente em cardumes, nadando livremente na coluna de água; fazem parte deste grupo as sardinhas, as anchovas, os atuns e muitos tubarões.
  • demersais − os que vivem a maior parte do tempo em associação com o substrato, quer em fundos arenosos como os linguados, ou em fundos rochosos, como as garoupas. Muitas espécies demersais têm hábitos territoriais e defendem o seu território activamente − um exemplo são as moreias, que se comportam como verdadeiras serpentes aquáticas, atacando qualquer animal que se aproxime do seu esconderijo.
  • batipelágicos − os peixes que nadam livremente em águas de grandes profundidades.
  • mesopelágicos − espécies que fazem grandes migrações verticais diárias, aproximando-se da superfície à noite e vivendo em águas profundas durante o dia. Exemplo deste grupo são os peixes-lanterna.
Hábitos alimentares
Os peixes pelágicos de pequenas dimensões como as sardinhas são geralmente planctonófagos, ou seja, alimentam-se quase passivamente do plâncton disperso na água, que filtram à medida que "respiram", com a ajuda de branquispinhas, que são excrescências ósseas dos arcos branquiais (a estrutura que segura as brânquias ou guelras).
Algumas espécies de maiores dimensões têm também este hábito alimentar, incluindo algumas baleias (que não são peixes, mas mamíferos) e alguns tubarões como os zorros (género Alopias). Mas a maioria dos grandes peixes pelágicos são predadores ativos, ou seja, procuram e capturam as suas presas, que são também organismos pelágicos, não só peixes, mas também cefalópodes (principalmente lulas), crustáceos ou outros.
Os peixes demersais podem ser predadores, mas também podem ser herbívoros, que se alimentam de plantas aquáticas, detritívoros, ou seja, que se alimentam dos restos de animais e plantas que se encontram no substrato, ou serem comensais de outros organismos, como a rémora que se fixa a um atum ou tubarão através dum disco adesivo no topo da cabeça e se alimenta dos restos de comida que caem da boca do seu hospedeiro (normalmente um grande predador), ou mesmo parasitas de outros organismos.
Alguns peixes abissais e também alguns neríticos, como os diabos (família Lophiidae) apresentam excrescências, geralmente na cabeça, que servem para atrair as suas presas; essas espécies costumam ter uma boca de grandes dimensões, que lhes permitem comer animais maiores que eles próprios. Numa destas espécies, o macho é parasita da fêmea, fixando-se pela boca a um "tentáculo" da sua cabeça.
Hábitos de reprodução
A maioria dos peixes é dióica, ovípara, fertiliza os óvulos externamente e não desenvolve cuidados parentais. Nas espécies que vivem em cardumes, as fêmeas desovam nas próprias águas onde os cardumes vivem e, ao mesmo tempo, os machos libertam o esperma na água, promovendo a fertilização. Em alguns peixes pelágicos, os ovos flutuam livremente na água − e podem ser comidos por outros organismos, quer planctónicos, quer nectónicos; por essa razão, nessas espécies é normal cada fêmea libertar um enorme número de óvulos. Noutras espécies, os ovos afundam e o seu desenvolvimento realiza-se junto ao fundo − nestes casos, os óvulos podem não ser tão numerosos, uma vez que são menos vulneráveis aos predadores.
No entanto, existem excepções a todas estas características e neste artigo referem-se apenas algumas. Abaixo, na secção Migrações encontram-se os casos de espécies que se reproduzem na água doce, mas crescem na água salgada e vice-versa.
Em termos de separação dos sexos, existem também (ex.: família Sparidae, os pargos) casos de hermafroditismo e casos de mudança de sexo - peixes que são fêmeas durante as primeiras fases de maturação sexual e depois se transformam em machos (protoginia) e o inverso (protandria).
Os cuidados parentais, quando existem, apresentam casos bastante curiosos. Nos cavalos-marinhos (género Hypocampus), por exemplo, o macho recolhe os ovos fecundados e incuba-os numa bolsa marsupial. Muitos ciclídeos (de que faz parte a tilápia e algumas famosas espécies de aquário endémicas do Lago Niassa (também conhecido por Lago Malawi, na fronteira entre Moçambique e o Malawi) guardam os filhotes na boca, quer do macho, quer da fêmea, ou alternadamente, para os protegerem dos predadores.
Refere-se acima que a maioria dos peixes é ovípara, mas existem também espécies vivíparas e ovovivíparas, ou seja, em que o embrião se desenvolve dentro do útero materno. Nestes casos, pode haver fertilização interna - embora os machos não tenham um verdadeiro pênis, mas possuem uma estrutura para introduzir o esperma dentro da fêmea. Muitos destes casos encontram-se nos peixes cartilagíneos (tubarões e raias), mas também em muitos peixes de água doce e mesmo de aquário.
Hábitos de repouso
Os peixes não dormem. Eles apenas alternam estados de vigília e repouso. O período de repouso consiste num aparente estado de imobilidade, em que os peixes mantêm o equilíbrio por meio de movimentos bem lentos.
Como não tem pálpebras, seus olhos ficam sempre abertos. Algumas espécies se deitam no fundo do mar ou no rio, enquanto os menores se escondem em buracos para não serem comidos enquanto descansam.
Migrações
Muitas espécies de peixes (principalmente os pelágicos) realizam migrações regularmente, desde migrações diárias (normalmente verticais, entre a superfície e águas mais profundas), até anuais, percorrendo distâncias que podem variar de apenas alguns metros até várias centenas de quilómetros e mesmo pluri-anuais, como as migrações das enguias.
Na maior parte das vezes, estas migrações estão relacionadas ou com a reprodução ou com a alimentação (procura de locais com mais alimento). Algumas espécies de atuns migram anualmente entre o norte e o sul do oceano, seguindo massas de água com a temperatura ideal para eles.
Os peixes migratórios classificam-se da seguinte forma:
  • diádromos − peixes que migram entre os rios e o mar:
    • o anádromos − peixes que vivem geralmente no mar, mas se reproduzem em água doce;
    • o catádromos − peixes que vivem nos rios, mas se reproduzem no mar;
    • o anfídromos − peixes que mudam o seu habitat de água doce para salgada durante a vida, mas não para se reproduzirem (normalmente por relações fisiológicas, ligadas à sua ontogenia);
  • potamódromos − peixes que realizam as suas migrações sempre em água doce, dentro dum rio ou dum rio para um lago; e
  • oceanódromos − peixes que realizam as suas migrações sempre em águas marinhas.
Os peixes anádromos mais estudados são os salmões (ordem Salmoniformes), que desovam nas partes altas dos rios, se desenvolvem no curso do rio e, a certa altura migram para o oceano onde se desenvolvem e depois voltam ao mesmo rio onde nasceram para se reproduzirem. Muitas espécies de salmões têm um grande valor económico e cultural, de forma que muitos rios onde estes peixes se desenvolvem têm barragens com passagens para peixes (chamadas em inglês "fish ladders" ou "escadas para peixes"), que lhes permitem passar para montante da barragem.
O exemplo mais bem estudado de catadromia é o caso da enguia européia que migra cerca de 6000 km até ao Mar dos Sargaços (na parte central e ocidental do Oceano Atlântico) para desovar, sofrendo grandes metamorfoses durante a viagem; as larvas, por seu lado, migram no sentido inverso, para se desenvolverem nos rios da Europa.
Camuflagem e outras formas de proteção
Alguns peixes se camuflam para fugirem de certos predadores, outros para melhor apanharem as suas presas. Algumas espécies de arraia, por outro lado, se escondem na areia e podem mudar o tom da pele, para suas presas não notarem sua presença no ambiente.